Não temos antes, princípio nem fim.
A alma grita e geme dentro de nós:
- Louco, é assim o amor.
Colhe-me, colhe-me, colhe-me!
RUMI
A ciência oculta pertence ao Diabo.
(Do Livro IV de Cornelius Agrippa)
simplesmente permaneça em profundo não-pensar e permita que o guia interior guie você.
No começo você se sentirá com medo e inseguro, mas depois, quando você chegar todas as vezes à conclusão certa,
quando você chegar todas as vezes à porta certa, você irá reunir coragem e se tornará confiante.
Quando essa confiança acontece, eu a chamo de fé. Essa é, na verdade, a fé religiosa: a confiança no guia interior.
Argumentação é parte do ego, é você acreditando em você mesmo. No momento em que você vai fundo dentro de si mesmo,
você chega à verdadeira alma do universo. O seu guia interior é parte do guia divino.
Quando você o segue, você segue o divino; quando você segue você, você está complicando as coisas
e você não sabe o que está fazendo. Você pode achar que é muito sábio. Você não é.
A sabedoria vem do coração, não do intelecto. A sabedoria vem do interior profundo de seu ser, não da cabeça.
Corte sua cabeça, seja sem cabeça, e siga o ser, para onde quer que ele o conduza.
Mesmo que ele o leve ao perigo, vá ao perigo, porque esse será o caminho para você e para o seu crescimento.
Através daquele perigo você irá crescer e tornar-se maduro."
OSHO - The Book of the Secrets, V2, # 37
"Minha loucura
não tem complexo
nem de Édipo, nem de Electra,
nem de qualquer puro amor
que saia das artérias.
Vivo no paraíso dos cogumelos
dias tristes, dias alegres,
mas tudo é ilusão passageira,
só não passa nesta vida
a casca estrangeira.
O doce e o amargo
do sabor da tua língua
ficou no Caribe
lá nos Portos cheios de gozo
e de prostituição.
Os cogumelos do paraíso
são adubados com a maresia
e os marujos já não são mais fêmeas,
pois as fêmeas são eternos machos
depois da ceia que consome seus rabos.
A Perfeição é a celeste ciência
Da cristalização de almos encantos,
De abandonar os mórbidos quebrantos
E viver de uma oculta florescência.
Noss'alma fica da clarividência
Dos astros e dos anjos e dos santos,
Fica lavada na lustral dos prantos,
É dos prantos divina e pura essência.
Noss'alma fica como o ser que às lutas
As mãos conserva limpas, impolutas,
Sem as manchas do sangue mau da guerra.
A Perfeição é a alma estar sonhando
Em soluços, soluços, soluçando
As agonias que encontrou na Terra.!
"Não importa o que você fizer, faça-o com profunda percepção, pois então até mesmo as pequenas coisas se tornarão sagradas. Dessa forma, cozinhar ou
limpar a casa serão sagrados, serão uma oração. Não importa o que você esteja fazendo, o que importa é como você o está fazendo.
Você pode limpar o chão como um robô, como um dispositivo mecânico: é preciso limpar o chão, então você o limpa. Mas, se fizer isso de forma automática, estará deixando de ver algo de belo. Limpar o chão poderia ser uma grande experiência, mas você a terá perdido. O chão ficará limpo, mas algo que poderia ter acontecido dentro de você não aconteceu. Se você estivesse perceptivo, alerta, não apenas o chão mas também você teria sentido uma limpeza profunda.
Limpe o chão em estado de total percepção, iluminado pela percepção. Trabalhe ou sente-se ou ande, mas uma coisa precisa ser continuamente desenvolvida: faça com que um número cada vez maior de momentos em sua vida sejam iluminados pela percepção. Deixe que a chama da percepção brilhe em cada momento, em cada ato.
Atingir a iluminação será o efeito cumulativo disso. O efeito, todos os momentos juntos, todas as pequenas luzes juntas tornam-se uma grande fonte de luz."
Osho
"Pelas regiões tenuíssimas da bruma
Vagam as Virgens e as Estrelas raras…
Como que o leve aroma das searas
Todo o horizonte em derredor perfume.
N'uma evaporação de branca espuma
Vão diluindo as perspectives claras…
Com brilhos crus e fúlgidos de tiaras
As Estrelas apagam-se uma a uma.
E então, na treva, em místicas dormências
Desfila, com sidéreas lactescências,
Das Virgens o sonâmbulo cortejo…
Ó Formas vagas, nebulosidades!
Essência das eternas virgindades!
Ó intensas quimeras do Desejo…"
Dá-me a tua mão:
Vou agora te contar
como entrei no inexpressivo
que sempre foi a minha busca cega e secreta.
De como entrei
naquilo que existe entre o número um e o número dois,
de como vi a linha de mistério e fogo,
e que é linha sub-reptícia.
Entre duas notas de música existe uma nota,
entre dois fatos existe um fato,
entre dois grãos de areia por mais juntos que estejam
existe um intervalo de espaço,
existe um sentir que é entre o sentir
- nos interstícios da matéria primordial está a linha de mistério e fogo
que é a respiração do mundo,
e a respiração contínua do mundo
é aquilo que ouvimos e chamamos de silêncio.
Ela foi encontrada!
Quem? A eternidade.
É o mar misturado
Ao sol.
Que venha a manhã,
Com brasas de satã,
O dever
É vosso ardor.
RIMBAUD
Livre
Abriu-se toda em todas as mudanças
Deixou voar inúmeras lembranças
Dizendo estar feliz de tanto amar
Dizia
Que se chamava Lua e era fria
Que loucos e poetas sempre vinham
Beber em sua luz suas manias
Nunca nenhum tocou seu manto de amargura
Nem pode perceber como era pura
Imenso mar que se julgava Lua
A pedra canta, a planta fala
O rio vê
O vento sente, a chuva chora
O raio lê
O peixe sonha, a rosa dança
Tudo é o mesmo ser
Tudo é o mesmo ser
Tudo é o mesmo ser
Gaia, gaia, tudo esta vivo
Tudo respira, eu e você
A nuvem sabe, a lua entende sol nascer
O fogo escreve , a estrela dorme
O povo crê
O céu esquece, a onda lembra
Tudo é o mesmo ser
Tudo é o mesmo ser
Gaia, Gaia, tudo esta vivo,
Tudo respira, eu e você
"Rasgando um buraco no azul
Tu afloras feito o arco-íris
Com um pé pisando no tempo e o outro no espaço
E molha a sequidão do meu rosto de pedra
Na água cristalina
Em nosso rastro ferido arde
O Brasil e a nossa sina
Nada te dou como herança
Nada quero
A vida é uma pessoa sem medo no caminho
Estrela de cinco pontas luminando noites
Do universo do chão ardendo luminando noites
Habitamos o verbo chamado homem luminando noites
Cumprindo o destino do ser
A raiz afunda na terra
E bebe os segredos da areia
Espalhando em cada folha
Uma canção ao vento leve
Leve é aquilo que brota
Muito além do medo
Serena é a coragem de tudo aquilo que é
Que é quem sempre caminha
E nunca pensa que tarda
Sua flecha certeira
Sempre crava na luz
E sempre amanhece"
(EDNARDO)
"Pra mim
Basta um dia
Não mais que um dia
Um meio dia
Me dá
Só um dia
E eu faço desatar
A minha fantasia
Só um
Belo dia
Pois se jura, se esconjura
Se ama e se tortura
Se tritura, se atura e se cura
A dor
Na orgia
Da luz do dia
É só
O que eu pedia
Um dia pra aplacar
Minha agonia
Toda a sangria
Todo o veneno
De um pequeno dia
Só um
Santo dia
Pois se beija, se maltrata
Se como e se mata
Se arremata, se acata e se trata
A dor
Na orgia
Da luz do dia
É só
O que eu pedia, viu
Um dia pra aplacar
Minha agonia
Toda a sangria
Todo o veneno
De um pequeno dia"